segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O Sapato que te cabe...

Dia desses saí calçada com os tênis novos de minha mãe: eram rosa, lindos... Ela tinha chegado em casa uns dias antes comentando que havia encontrado os ideais: não machucavam os pés, tinham uma cor maravilhosa etc etc...Eu, como curiosa - assumida - que - sou, resolvi experimentá-los: calcei, coloquei as meias, pus a mochila nas costas e saí andando pra academia. De repente, me veio uma sensação esquisita, como se estivesse, literalmente, "calçando a história de outra pessoa", o que de fato faz algum sentido, já que não eram meus... Mas... Depois de alguns passos, comecei a sentir uma espécie de "adaptação": os passos já não eram mais tão incertos, começaram a ser um pouco mais velozes, seguros. Afinal, o que significa esse "papo" sobre sapatos que te cabem?

Muitas vezes ficamos presos aos "sapatos que já usamos há algum tempo" , algo meio parecido com a tal "zona de conforto" , a qual tanto já falei por aqui com vocês. A gente passa tanto tempo, mas tanto tempo fazendo a mesma coisa, da mesma forma que quando tenta fazer diferente, acha esquisito - a isso damos o nome de hábito...Obviamente alguns hábitos nos fazem bem: praticar exercícios físicos, comer frutas, blá blá blá, essa "ladainha" ( radar de gíria tipicamente nordestina ligado) que vocês, meus amados "seguimores", já conhecem bem... Porém, chega um momento na vida em que cansa fazer tudo do mesmo jeito, bate uma vontade de se reinventar, de mudar "da cabeça aos pés", a começar pela cor do cabelo, não é meninas?!

E eis que começou a mudança: final do ano passado mudei de endereço, embora na mesma cidade. Se eu me adaptei ao local? Não, não mesmo... Houve uma reviravolta a qual nem eu mesma esperava: tive depressão, ansiedade, tudo ao mesmo tempo... Chega menina, volta logo pra casa da tua mãe, corre: começa tratamento medicamentoso, aula de dança, acupuntura, terapia... A mudança teve que começar de dentro pra fora, não foi nada fácil; não existia vontade de fazer nada, nem mesmo o que já era de hábito. Tive que reaprender a ser eu mesma, no dia que consegui ir sozinha à psicóloga, foi como vencer uma maratona, a corrida era contra o tempo , mas a meu favor:de voltar a ser eu mesma a minha prioridade, cuidar da mente, do espírito, dos propósitos para com o mundo. Depois de quase 3 anos, sim, o número é esse, 3 anos sem atualizar esse blog, sair da redoma e expor o que tenho guardado aqui dentro, foi ótimo sair da minha "zona de conforto" e calçar outros sapatos, caminhar por aí e contar outras histórias...

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Um lanche pra pensar...

Hoje resolvi fazer um lanche aqui perto, fui sozinha mesmo... Quando estava na mesa- aguardando o meu pedido- avistei um grupo de amigos, na faixa de seus cinquenta anos, todos gargalhando, falando alto, comemorando tantos anos de amizade, pelo menos era o que aparentava. Comecei então a pensar em mim, no que fez os amigos que achava que tinha se afastarem ou simplesmente, cada um "seguiu o seu caminho", como se diz por aí...

Era fácil identificar cada "tipo": tinha o cara "gente fina", que era - e continua- amigo de todo mundo; a mais inteligente da turma, no fim da mesa, conversando com os amigos também "mais cabeça": talvez falando sobre Godard, a morte de Fidel ou qualquer assunto que realmente faça sentido discutir e compartilhar; a mais bonita da turma,hoje com os reflexos do tempo a deixando ainda mais charmosa para os colegas. Uma coisa interessante que percebi foi que mesmo casados, com filhos- ou até mesmo descasados, o sentimento perdura, não altera, pelo contrário, se intensifica...Abraços sinceros, falando alto e bom som que nós, seres humanos,não nascemos para estar sozinhos, ao menos não o tempo todo.

Acho raro ver esse tipo de amizade hoje em dia, admiro quem as conserva e cultiva.
Embora tivessem um pouco mais gordinhos, a barriga já meio saliente, os cabelos já faltando na cabeça, mas tinha assunto de sobra: os risos ainda fluíam como antigamente; por fora a idade cronológica, por dentro não mais que quinze, dezesseis anos. Tive uma pontinha de inveja, lá no fundo dói saber ou ter a impressão de não ter tido amigos "sem prazo de validade" (aqueles que só duram um período de nossas vidas). 

Será que não soube cativar, como diria Saint Exupéry? Cativar é prender, colocar como cativo; prefiro cultivar, já que considero a amizade como uma plantinha a qual regamos todos os dias e embora muitas vezes não a valorizemos como deveríamos,a gente sabe que pode pedir água nos tempos de seca da alma.
Boa noite!!

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Um balde de consciência...

Enxergar sujeira num recipiente é atividade deveras fácil...Olhemos as nossas lixeiras: sim, aqueles cestos que foram feitos para receber dejetos, coisas imprestáveis, restos... Quando estão a chegar no limite, já sabemos que é hora de retirar o saquinho plástico - adeus sustentabilidade - e sem querer fazer trocadilhos, colocar o "lixo no lixo".Os grandes defeitos, assim como a sujeira que se acumula no nosso dia-a-dia, são visíveis; o ser humano teima em apontar as falhas alheias, a sua vista é como a de lince: aguçada e incisiva, ávida por mostrar o que está errado nos outros..Mas e as nossas falhas, os nossos erros, como enxergamos?

Meio "sem ter o que fazer",fato que não procede pois nunca ficamos cem porcento desocupados quando se trata de afazeres domésticos, fui enxaguar umas roupas que tinha colocado num balde ontem a noite: sim, as donas de casa de plantão vão me esfolar viva, já até escuto :" Não se deixa roupa no sabão de um dia pro outro, " Vai ficar fedendo" etc etc, mas continuando a história " pra lá de doméstica", o fato é que peguei uma velha escova de dentes, já inutilizada e comecei a esfregar a sujeira contida na alça e no fundo do balde.

Era uma sujeira grossa, antiga, já devia estar ali há muito tempo, só esperando que alguém a "enxergasse"...Eis que enxerguei, vi que precisava de alguma intervenção...É cômodo esperar que outra pessoa nos mostre o que fazer, onde está o erro, não é mesmo?  Complicado mesmo é fazer com que nossos próprios olhos consigam visualizar isso. Já estamos tão acostumados aquela situação, aquele padrão, que nada daquilo parece fazer diferença, é aquela "manchinha" no chão: a gente sabe que basta passar um paninho com o produto específico para tal que a mesma vai sumir e quem disse que "temos tempo" de parar e cair em si mesmos? Tudo hoje é tão apressado, tão imediato que "falta tempo para ter tempo"...Parece estranho...E é..Não deveria ser parte do comportamento, mas como dizem por aí "são os reflexos do homem moderno"...

Temos sim, a nossa quota de imperfeição já inserida em nosso DNA: ninguém nasce perfeito, livre de defeitos. A questão é não se acostumar tanto assim com eles, saber que alguns deles fazem parte de nós, mas que podem sim ser modificados e trocados por bons hábitos.Desliguemos os nossos tablets, smartphones, fones de ouvidos e conectemos com o nosso "eu - sim, parece conversa de psicólogo; captar os próprios pensamentos faz parte do processo de evolução, é a nossa "limpeza interior"...Por falar nisso, você já lavou seu "balde" hoje? Pensemos com carinho...

Abraços de luz!!

sábado, 9 de maio de 2015

Um, dois, três...Testando...

E essa é uma história sobre chocolate, cozinha e encarar a vida de frente...Alguém deve estar se perguntando:" Xiii, será que ela comeu alguma coisa estragada hoje?" e eu respondo que não exatamente meus queridos...Sábado à noite e eu fui me aventurar no "fantástico mundo da cozinha", território deveras desconhecido para a minha pessoa e o resultado de tudo isso ainda na edição de hoje...

Eis que encontro alguns pães de queijo no freezer e como não estava com recursos financeiros para pedir o velho e bom delivery, vamos lá, um toque de Minas Gerais - nada saudável, diga-se de passagem. Foi então que abri o armário e vi uma caixinha alaranjada "brilhante", implorando para ser usada: era um tal leite condensado sem lactose ( opa, nada de merchan!).Resolvi que faria um brigadeiro versão "fit" - aproveitando que a palavra está tão em moda, certo? Então tá: misturando o ingrediente novato, o achocolatado e uma dose de manteiga - o velho truque pra não colar no fundo da panela.

Menina (o), o negócio começou a "tomar forma" muito antes dos brigadeiros convencionais: foi soltando do fundo da panela, aquele cheiro inebriante que só essa mistura perfeita - e nada explosiva- sabe ter. Os pãezinhos ainda estavam assando no forno quando desliguei o fogo e pus a "mistura dos deuses" em um prato pra esfriar e lógico, coloquei um pouco na boca pra provar: não, a coisa não estava como o imaginado, era uma mistura de textura de tijolo cozido com papa de chocolate queimada, devem estar sentindo o cheirinho da desgraça no ar.

Mas afinal de contas, qual o sentido de falar nisso tudo?

Sabe aquela mania que o ser humano tem de querer experimentar coisa nova o tempo todo? É um grande salto sairmos do nosso cantinho seguro, da nossa famigerada "zona de conforto". A gente acha que tudo de errado vai acontecer quando se sai dela (tá, tudo bem, eu saí na experiência com o brigadeiro e não foi lá a melhor opção), mas aí é que vem o "pulo do gato": se ninguém sai do lugar, como é que vai enxergar o que está mais na frente?Tem mais é que saltar mesmo, só não esquece de abrir o paraquedas na hora certa,ok? Afinal ninguém aqui tem tendência suicida.

Mãe nessas horas tem um papel fundamental: elas parecem que vêm com um sensor, um "radar de fábrica" pra nos advertir quando estamos diante de uma bela roubada.Dias atrás fui com ela ao supermercado pra fazer umas compras, vi uma caixinha de suco belíssima, com diversas cores e com uma aparência de "estritamente saudável", sabor de cenoura, beterraba e laranja.Pensei: poxa, deve ser bom". Assim que ela viu no momento do caixa, disse logo:" Menina, deixa isso aí, vai ser mais uma coisa estragada na geladeira" e eu teimosa como sou, resolvi levar.Provei o tal suco hoje.

Moral da história:gosto de ferrugem misturado com um "pesadelo de suco de laranja".Nesses momentos elas adoram dizer aquele discurso surrado, mas cheio de sentido : "Eu bem que avisei"..Mas mãe, se eu não provasse, mesmo que fosse pra dizer que é uma porcaria, como eu ia saber o gosto? É, não tem jeito caríssimos, o mundo é algo assim, como uma maçã escolhida ao acaso: ela pode ter a casca brilhante, um belo aspecto, mas se não provar, se não for pra sentir o gosto, vai ser só mais uma no montante com as outras e afinal de contas, ela está aí pra isso mesmo, ser testada, aprovada, reprovada...Tal qual a vida...

É o que tem pra hoje... Abraços!!!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Aquarele-se...

Ei, você ainda está aí?

Sim, como não começar esse texto de hoje com a frase que acabei de citar...Depois de mais de dois anos, sim caríssimos, DOIS ANOS sem escrever uma linha sequer, achei que devia isso à vocês e mais, à mim mesma...

Resolvi me render - novamente- à magia das palavras ( aqui no blog) e das cores: voltei à pintar- saliento que nunca fui nenhuma discípula de Monet, apesar de amar as telas impressionistas. Acho que todos se recordam dos famosos "livrinhos de colorir" que nossas mães nos davam pra manter nossas mentes inquietas um pouco ocupadas, não é mesmo? A vida moderna, estressante, como ela só, nos trouxe de volta o hábito de colorir desenhos para, agora, manter as nossas irrequietas mentes adultas, tão calejadas de ter obrigações, com um simples objetivo: colorir, imprimir diversos matizes para desenhos em preto e branco...

Basta olhar os sites de compras na Internet: procure por livros para colorir para adultos, com muita sorte irá encontrar algum exemplar sobrando...A explicação pra isso? Stress caríssimos, a gente tem que lembrar de tanta coisa durante o dia que falta tempo pra pensar em detalhes simples, como cores, por exemplo.

Engraçado como a ordem que pintamos os desenhos no livrinho diz alguma coisa sobre o nosso atual momento de vida: comecei pintando a contra-capa, ou como eu mesma estou chamando, a "página de testes". Usei primeiro as cores mais básicas nas flores - quase ia esquecendo de contar um pequeno detalhe: a tinta meus amigos, ah a tinta!! Sabem aquele tipo especial de lápis, o "aquarelável", o qual tem as cores mais reavivadas caso se utilize um pouquinho d´ água em cima da pintura? E não é que acabei me confundindo e trouxe a versão " apagada"?? Ah menina, presta atenção!! Mas eis que surge uma ótima ideia!! Que tal se usar aquelas canetinhas (ops, nada de merchandising!) com o corpo amarelo, da escrita fina e que tem cores bastante variadas?! Ótima ideia garota!!

Começo a aventura: depois de tantos anos sem me aventurar nesse universo tão mágico, eis que agora elas me acompanham onde for, o danado do livrinho não sai de perto de mim...Que ótimo! Fui reavivando os tons um tanto quanto apagados que já havia escolhido e colocando vida neles..Interessante foi onde comecei a buscar inspiração nas matizes escolhidas: na vida real, nas flores que por vezes escapam de nossas vistas pois estamos mais preocupados em reclamar, em brigar a prestar atenção naquilo que nos rodeia..Por quantas vezes esqueci de ver " a vida lá fora?"

Estamos tão cegos em nossos próprios mundos, o mundo lá fora parece não existir, diante do turbilhão de pensamentos e preocupações, os quais são como imã e a gente, a própria "limalha de ferro"..Mas voltando ao que estava falando, terminei a tal "página de testes".Ficou linda, pintada com todo cuidado, ops, aconteceu um pequeno imprevisto: as canetas que havia usado para reavivar as cores marcaram o verso da página..E agora? O que pode ter dado errado? É, talvez tenha colocado um "pouco de força" demais no traço, a gente de vez em quando exagera na dose não é mesmo? Por um pouco de leveza na mão e zás!! Tudo resolvido,obviamente na página seguinte, afinal a página de testes já havia sido concluída.

Comecei a pintar um desenho "de verdade", já não era mais a fase de testar, afinal não se pode passar a vida inteira só no "treino", certo? Esse era bem mais complexo, tal qual os desafios que nos são colocados dia a dia: árvores, flores, arbustos, pássaros, folhas, troncos...Pintei inúmeras folhas de uma só árvore, mas eis que vi o passarinho, tão triste, sem cor...Ah, passarinho! Talvez o intuito de colorir logo seja o que nos move: quem sabe com as cores ele bata suas asinhas e deixe pra trás esse mundo "tão preto e branco"? Pensam que terminaram as surpresas? Elas mal começaram..Minha irmã pediu pra continuar a pintura do mesmo desenho. Não tive dúvidas de que sim, ela podia ajudar, afinal o que é a vida senão um colorir compartilhado?!

Ei, pára de ajustar o brilho do celular e vai ver as cores lá fora, combinado?

Abraços de luz!!



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

De dentro pra fora...E vice-versa

Tenho ouvido e visto muitos programas de televisão com o firme propósito de encontrar pessoas dispostas a assumir compromisso sério com alguém,aliás vi isso hoje mesmo, de manhã e confesso ter ficado impressionada com semelhante coragem..Mas o que se define por estar na companhia de outrém? Seria ter a segurança de um amparo nesse mundo tão individualista de hoje ou teria de fato algum sentimento envolvido na "história"- as aspas indicam um pouco de sarcasmo mesmo- que as emissoras achem, digamos, mais "rentável", afinal tudo gira em torno de números, cifras no mundo capitalista- e apressado- em que vivemos...

É quase um mercado de "gente": escolhemos alguém parecido conosco, com os mesmos gostos, afinidades, mas esquece-se o principal: será que realmente gosto de estar com essa pessoa? Meu coração bate mais forte quando falo o nome dela? Ok,ok, os mais céticos e/ou realistas que me perdoem, mas é isso que influencia na decisão, ou pelo menos, na minha- leia-se, eterna romântica...Seres humanos não são mercadorias, as quais tentamos modificar ou "trocar" quando apresentam "defeito de fábrica"...E como é complicado lidar com defeitos, não acham? A gente procura um daqueles, perfeitinhos, se for uma copo de cristal com rachaduras, embala e devolve pra loja...Loja..Conceito até bem propício para o que se considera como sentimento nos dias de hoje, afinal de contas, é tudo tão discutível, negociável...

Existem dois tipos de relacionamento interpessoal: o de fora pra dentro e o de dentro pra fora...O primeiro acontece quando você procura alguém que se identifique com a sua maneira de ser, de enxergar o mundo..Parece um quebra-cabeças eterno: sabe-se que falta alguma coisa,mas não na verdade não se sabe bem o que é...Hipocrisia né? É óbvio, está "na cara": falta o sentimento, falta aquilo que faz "nossa alma e coração vibrarem na mesma harmonia.." Poético, não?Agora fica muito mais fácil fácil de explicar o segundo, certo? Errado...O segundo, o de dentro pra fora, nasce com a convivência, com o conhecer mais,mas não é só: também, assim, como no primeiro, procuramos alguém com afinidades, gostos parecidos, enfim, é como se nesse momento - de fato- terminamos de montar o mosaico que é o ser humano..Eu e essa minha veia psicóloga que insiste em não me abandonar...Vá tentar entender o ser humano e passará toda uma vida achando mais coisa pra procurar...E quem disse que esse "negócio" de sentimento é fácil?

Abraços a todos!!!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Cores de um desenho real...

Comecei rabiscando esse texto em um caderno, mas ao contrário da última postagem, a qual data de mais de 6 meses atrás( que vergonha!), quis partir direto pra cá...Parece que quando racionalizo demais no que vou falar, o que irei escrever, o texto soa falso, mecânico...E se tem algo que não abro mão é da naturalidade desse estilo que acabei descobrindo,livre e verdadeiro...
Sabe-se lá o porquê disso,mas nunca fui alguém lá muito religiosa,talvez porque a ciência sempre tenha solucionado melhor as dúvidas, os anseios que todo ser humano desenvolve,pelo menos em minha opinião..Como curiosos que somos, todos queremos algo que aquiete nossa alma e nos ligue a algo divino, alguma coisa que podemos nos agarrar nas horas de angústia..E é assim que nossa história começa...

Como nunca fui de fazer merchan "à toa", mas somente quando vale à pena,acrescento que farei uma breve explanação de um filme que me prendeu "do começo ao fim": o garoto atende pelo nada comum nome de "Pi", é isso mesmo, aquele que número visto nos tempos de escola, o qual equivale à medida da metade da circunferência- será que estou certa? Meu forte nunca foi matemática, lembram?Ah, quase me esqueço de dizer: ele queria a comprovação exata da existência de Deus,é isso mesmo, a força maior, a energia que move todas as coisas...

Vocês devem estar se perguntando como começa essa história, certo? Como boa cinéfila que sou, acredito que não contar o enredo inteiro ajude a aguçar a curiosidade inerente a todos nós, seres humanos,mas faço um breve resumo:uma tempestade se inicia:um barco é jogado ao mar revolto contendo um menino, um tigre, uma zebra, uma hiena e pouco tempo depois - em cima de uma cacho de bananas- um orangotango, o qual atende pelo nome sugestivo de "Suco de Laranja"-juro, também nunca vi isso.Ele se vê obrigado a tomar conta de sua sobrevivência, sair da zona de conforto...

Ser humano é uma das poucas- ou mesmo, a única- espécies que dependem de seus ancestrais para que possam crescer e tomar conta de si próprios, a maior parte do reino animal simplesmente procria e deixa que a vida se encarregue de fazer o resto..Os animais citados tem um curioso paralelo com a "vida real": cada um deles se identifica com situações particulares.

Um barco içado ao mar tempestuoso: é a nossa vida, que nos leva por caminhos que nem sempre imaginamos, sendo as águas nem sempre calmas, o destino, o qual podemos ter algum controle, desde que saibamos como movimentar os remos e mudar o rumo das velas.

Um tigre de bengala: nosso instinto de sobrevivência, quando algo parece querer nos atacar e parecemos perder o controle... Pi conseguiu "domá-lo", para não deixar que um invada o território do outro..Portanto, nada de perder o controle e a necessidade de manter esse nosso instinto natural, certo?!

A zebra que era atacada pela hiena no início da viagem: muitas vezes estamos rodeados de pessoas que tentam nos sugar, minar nossa esperança de dias melhores,eis que nos deparamos com amigos que nos estendem a mão quando mais precisamos...

Preciso citar de uma cena que me chamou muita atenção: quando Pi sai da "ilha flutuante",pois percebe que se continuar por lá, não sobreviverá, seja pela acidez de suas águas ou por não buscar seu caminho mais adiante...  Ele se dá conta de que Deus nunca nos abandona, nos dá sinais de sua existência em nosso favor..." Em qual das versões você acredita?" Ficaram curiosos, não é mesmo?É natural, todos temos instinto de filósofos..Que tal ir buscar? Eu já comecei...

Abraços à todos!!!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Peças Inconexas...

Fazia tempo que não começava um "texto no caderno"...Simplesmente não havia "paciência" para escrever de verdade, parece que as ideias fluiam mais rápido com a agilidade de meus dedos no teclado do computador.E foi aí que surgiu a inspiração sobre o tema de hoje: o xadrez...
Se eu qual a lógica usada em movimentar peões, ora chamados de reis, rainhas, bispos ou até mesmo, cavalos?Não, até devo confessar a minha inaptidão para testes de raciocínio lógico, assim como o jogo já citado..Ah "Pessoa, Bandeira, Drummond: por quê me fizeram enveredar pelo pensamento subjetivo das palavras?!
Um amigo me disse que iniciou tardiamente a descoberta de como mover peças num tabuleiro- é tudo que sei sobre um dos recursos mais utilizados para apurar o sentido de "pensar o que o outro está pensando"- e dar o nome de "xeque-mate": foi aos 14 anos.Para mim não é tarde, mas como não sou a pessoa mais indicada do mundo para semelhante "audácia".Recolho-me.Pois bem, ele acrescentou ainda que começou lendo os manuais de instrução: cada um deles ia fazendo uma espécie de evolução, conforme a "experiência" do jogador...
Doce ilusão!Concluiu então que, o melhor manual é o do iniciante, o qual contém as informações básicas de sobrevivência- pelo menosno tabuleiro.E por qual razão informações tão exíguas seriam melhores que dados mais precisos, até mais elaborados?Eis a explicação: infalibilidade no momento em que se move os "peões do vida" avançam ou regridem é algo tão imprevisível quando a nossa próxima "cartada final"- que, na verdade, nunca tem fim.
Jogos com "cartas marcadas"?Não acredito muito em sua eficácia,pois no final, seja rei, rainha, bispo ou cavalo, todas as peças"voltam para a caixa", para seu local de origem, onde valem a mesma coisa...Recomeçar-se-á tudo novamente: e quem disse que seria fácil?Certamente que valeria à pena...

Abraços à todos!!!

terça-feira, 20 de março de 2012

Casa de Papel: Fase I, II, III e...CONTINUA

Em pleno mês de março, melhor dizendo, quase no fim das"águas de março", eis que as mesmas lavaram os pensamentos e resolveram dar lugar aos novos..Ainda bem...E vocês? Como estão se sentindo?Alguns se perguntam a necessidade dessa pergunta que, pode parecer boba, mas em uma sociedade onde se valoriza o pensamento racional, é bastante oportuno.Já me perguntei por diversas vezes o porquê de nunca ter sido muito interessada em jogos eletrônicos, os populares "video-games"...

Lembro como se fosse hoje do dia em que meus primos jogavam diversos joguinhos e eu não achava a mínima graça, preferia muito mais os jogos de tabuleiro, os que testavam o raciocínio e muitas vezes ficava "com uma raiva danada"-afinal, não posso escrever palavras feias, certo?- quando tinha escrito "volte duas casas"...Mas como seria possível, já que a tendência é que as coisas andem num fluxo contínuo, seguindo as linhas do tempo que não volta mais, correto?

E não que as coisas mudam quando menos esperamos, independente da nossa vontade? De repente me vi na situação de que a vida de qualquer ser humano passa por fases, como aquelas do video-game mesmo, até eu acabei me identificando, querem ver só?

FASE 1: "Nadando contra a corrente, só pra exercitar"
Como diria Cazuza...Pra que seguir o fluxo, se posso ser original..Era exatamente como pensava..Enquanto todo mundo girava pra esquerda, eu achava que a direita era muito mais divertida ou talvez fosse um misto de timidez e teimosia mesmo, vai saber até onde vai a contrariedade do capricorniano, quando menino, um velhinho de espírito e conforme os anos vão se passando, tentamos recuperar o "tempo perdido"..Doce ilusão..Pontos ganhos: originalidade..Pontos perdidos: um pouco de maleabilidade me acrescentaria como pessoa e pouparia discussões desnecessárias...Saldo: muita história pra contar e mais uma "vida", assim como no jogo...

FASE 2: A arte da descoberta: dúvidas, questionamentos...e muita pressa.

Quando eu achava que fosse fácil memorizar fórmulas matemáticas e guardá-las até hoje, eis que a vida mostra o quão sábia pode ser: por mais vezes que você tente aplicar aquela fórmula pra determinada situação, vem a "danada" e mostra que por mais racionais que tentemos ser, não existe nada tão previsível que não possa, algum dia, te surpreender e quando achamos ter todas as respostas, modificam-se as perguntas...Eu precisava de signficado para continuar vivendo e não apenas, sobrevivendo..Resultado de tudo isso? Muita ansiedade, a mente parecia não descansar, tinha pressa de obter resposta pra tanta dúvida..Pontos perdidos: ainda não enxergava a arte de admirar cada momento e tirar uma boa lição, seja ele qual for...Pontos ganhos: poder contar com os amigos nas horas mais difíceis, incomparável sensação de força e espiritualidade...Saldo: muitas amizades novas e um verdadeiro divisor de águas na minha vida chamado "Leader Training"..Não desisti: levantei e ainda tem...vida...

FASE 3: A "casinha de papel"

Expressão criada por mim mesma...A ansiedade que rodeava deu lugar à uma calma, serenidade que jamais pensei sentir algum dia..Devem estar se perguntando de onde veio a inspiração pra "casinha de papel"?Muito simples: uma casa deve ser construída com uma base forte e sempre pelo chão, com cimento, tijolos fortes..É claro que muitas vezes alguns deles se partem ou mesmo caem durante a nossa caminhada,mas é preciso "um pouco mais de paciência", não é mesmo Lenine?Entender que uma "queda de braço" com a vida é inútil, demorado- e muito-porém é gratificante quando entendemos que tudo tem seu tempo, que pode não ser o "nosso tempo",mas algo que não depende de nós...Pontos perdidos: poucos, afinal não é uma simples queda que iria derrubar alguém com tanta força de vontade dentro de si,bastava um pouquinho mais de fé,aliás,é bonito o significado dela...Pontos ganhos: perseverança, amor pelo mundo e pelo próximo..Saldo: mais 3 vidas ganhas e pontos extras de bônus na "mochila dos sonhos"...

Se tem mais alguma fase? É claro, cada dia nos é acrescentada a oportunidade de ganhar pontos extras e saber aproveitar quando "o monstrinho insiste em querer nos derrubar na primeira tentativa..O que eu desejo pra vocês? Sabedoria e paciência, afinal o jogo é longo!!!

Abraços à todos!!!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Re- construção?

Redigi essas linhas após sair de um filme que, à primeira vista, não parecia passar de um simples enredo criado para entretenimento,no dia 17 de novembro...As ideias foram surgindo e tal qual a necessidade de respirar, precisei passá-las para o papel, antes que escapassem como areia fina entre os dedos...

E eu começo essa história com uma frase que recebi hoje:"Você está exatamente onde deveria estar"...Eis que saí dos meus exercícios com o firme propósito de assistir o filme "O Palhaço", dirigido e estrelado por um dos atores mais sensíveis que conheço: Selton Mello...Entrei meio sem saber o que esperar...Sozinha, ainda meio atordoada por ter tomado atitude "tão fora da rotina"....O filme começa...Uma boia-fria trabalha sob o sol escaldante, "coincidentemente", sem saber o que esperar, sem saber como vai ser o dia de amanhã...

O enredo se baseia nos circos mambembes que costumavam circular pelas cidades Brasil afora e adentro...Dos corações das pessoas também...O show se inicia: pai e filhho retratam a figura central: palhaços, os quais fazem de um tudo para divertir a minúscula plateia que ali se encontra...Nesse momento, a minha presença naquele momento começa a fazer sentido,a ter um motivo, uma razão de ser: me vi- e me senti- como cada um dos integrantes do Circo Esperança- nome bem sugestivo, não acham?!

Benjamin começa a se questionar se é aquilo mesmo que "nasceu pra fazer": proporcionar risos alheios...Então ele se pergunta:"Mas e o meu sorriso, onde está?Eu faço os outros sorrirem,mas quem me faz sorrir?"É hora de buscar novas estradas, o seu caminho, meu caro amigo...Por que me senti tão parte daquela cena quanto meu doce palhaço,o "Benja"?Ou seria Pangaré?Senti-me nos dois papéis...A vida nos dá essa oportunidade, de sermos somente um e ao mesmo tempo, todos; o mundo inteiro dentro de um corpo,meio franzino, mas com o coração mais forte que poderia existir...A hora da despedida é marcada por uma mochila nas costas, algumas lágrimas com um turbilhão de saudade e dúvida...Eis a velha dúvida de sempre...Ou seria nova?

Palhaços, uma cigana "misteriosa", um anão- o meio-quilo- que poderia abraçar quantas pessoas quisesse; um casal de acrobatas, mas que na verdade, cada um deles fazia tudo, absolutamente TUDO, assim como numa família (ao menos era o que deveria ser, não acham?)...Enxerguei-me como a própria lona do Circo...Todos os dias, montamos e desmontamos planos, ideias, sentimentos e ações...Que doce "coincidência"...Acho que todos se lembram da frase mais marcante, no decorrer do périplo interno de Benjamin:"Você deve fazer o que sabe fazer"...Mas ele precisa sair, desbravar um caminho nunca dantes percorrido- diria até temido: mergulhar no fundo dos próprios sentimentos e descobrir de onde vem sua história e de que maneira continuar a escrevê-la....
Voltar...voltar para dentro de si...Descobrir - e redescobrir- o porquê de estarmos nesse mundo,nessa época, vivendo com esse conjunto de pessoas, enfim, o porquê de ser EU...Todos nós já nos sentimos algum dia: um pouco esquisitos (o perna-de-pau), o fortão do circo,ufa!quantos caberiam mesmo?!); os melhores e mais poderosos(a cigana misteriosa, o delegado "sem noção", a mulher do "Tim"- o dono do "bar", o "russo made in Maceió- mas olha só....eu não falei que fazia parte do filme?!); os que aprendem mais um pouco todos os dias (O Benjamin, a pequenina que aprende a sorrir dos próprios percalços, Eu, você aí que está lendo...)É, isso mesmo que ouviu...O difícil- talvez confuso- é descobrir quem exatamente faz parte "do que": eu (você) faz parte do filme ou ele mesmo já existia dentro de cada um de nós?

Obrigada Selton Mello,muito obrigada por fazer de um 17 de novembro de 2011 um dos momentos mais desconcertantes da minha vida; afinal desconsertar-para mim- é contsruir de novo...Encerro com uma citação do mais querido de todos os palhaços:"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios...Por isso cante, ria, dance, chore e viva intensamente cada momento de sua vida, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos"....Charles Chaplin...

Abraços à todos!!!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Carências....

Quase dois meses sem passar por aqui...Vocês devem estar pensando:"De novo ela com essa história?!"Mas é a mais pura e absoluta verdade, sinto falta de vocês- os poucos que me seguem, sinto falta até de mim mesma às vezes...Hoje decidi que o dia é propício para tratar desse assunto: carências...Devem estar se perguntando o porquê- de novo...Ontem, um velho amigo comentou que fazia muito tempo que não nos víamos, que ele estava "carente"...Aposto que vários de vocês já podem imaginar a que tipo de carência ele se refere, certo?É, é essa mesmo, aquela que acomete homens e mulheres, a "física"( para bom entendedor, meia palavra basta, correto?!)

Depois da rápida conversa, passei a refletir sobre os diversos tipos que existem...Eis algumas representações: a "física"- que acomete nosso amigo neste exato momento; de atenção- ah, são tantos que sofrem dessa variação, principalmente nos dias tão apressados de hoje; a de alimentos- ah, a fome!Quão cruel ela pode ser, pensemos nos nossos amigos africanos...Continuemos: a de expressão, quantas vozes já foram caladas e precisavam ser ouvidas; a carência de abraço- essa em especial, eu mesma senti hoje de manhã, da minha avó, que já partiu e está em outro plano...

O mundo anda tão carente...De todas as carências...Todos com tanta pressa, afinal, tempo é dinheiro, a tal "filosofia" que os Estados Unidos da América ajudaram a disseminar através dos tempos, tempos duros, de muitas vidas ceifadas- muitas vezes, sem necessidade-quando a paz já deveria ser o caminho, como diria Gandhi ( quanta falta você nos faz!).E por falar em filosofia, na acepção do termo, remete aos pensadores, aqueles que utilizavam a razão como base de seus argumentos...E quem disse que considerar a condição financeira como sustentáculo de toda a humanidade é FILOSOFIA?!

Aliás, parece que esse penúltimo verbete não foi colocado aqui "por acaso":somos humanos e através dessa condição- que parece básica,mas é primordial- necessitamos suprir nossas carências; somos seres sociais, os quais necessitam dividir ideias, compartilhar sentimentos, enfim, buscar alternativas para tanta "falta de amor e compaixão" entre "humanos"..O porquê das aspas? Eu explico: parece que esquecemos do que realmente significa esse termo...Ah, o amor incondiciona...Por toda uma raça- a humana- credos, cores, opções...Um dia chegaremos lá....

Abraços à todos!!!

O Sapato que te cabe...

Dia desses saí calçada com os tênis novos de minha mãe: eram rosa, lindos... Ela tinha chegado em casa uns dias antes comentando que havia e...